A marmota do mormaço em Poá pula a sequência dos textos em prosa e apresenta a tradução para o português de 3 poemas do novo livro da poeta argentina María Pugliese:
desnudos
I
de ida
el escultor de ojos brillantes como plumas de pájaro
dijo
que le vendió sus obras a Chico Buarque en Bahía
y que los tres días más bellos fueron en Estocolmo
comer          dormir          hacer el amor
despertar por las mañanas ante una pareja de cisnes
de vuelta
el olor a miseria invade todos los sentidos...
la miseria desnuda
                            pero oculta los cisnes
con velos de tristeza
II
Ama y no se desviste
Centinelea puertas
¿Que se cierran?
¿Hacia dónde ir desde este lugar?
III
La certeza pende
                          su flanco ámbar
                                                   inquebrantable
 
desnudos
 
I
de ida
o escultor de olhos brilhantes como plumas de pássaro
disse
que vendeu suas obras a Chico Buarque na Bahia
e que os três dias mais belos foram em Estocolmo
comer          dormir          fazer amor
despertar pelas manhãs ante um casal de cisnes
de volta
o cheiro da miséria invade todos os sentidos...
a miséria desnuda
                           porém oculta os cisnes
com o véu da tristeza
II
Ama e não se despe
Vigia as portas
Que se fecham?
Havia a onde ir daqui?
III
A certeza pende
                        seu flanco
                                       inquebrantável
 
 
                                           alimento
                                           vanidades y ansias
                                           despojo
                                           trenzas de mandrágoras
                                           desgarro
                                           crisálidas
                                                         sobre heridas abiertas
                                           reservo
                                           unicornios y arpías
                                           arrullo de ángeles fetiches
                                           hojas de salvia y menta
                                           paños fétidos
                                           el futuro narra el pasado en un presente
                                           de inmolación
                                           por tanta luz
                                           por tanto
 
                                          alimento
                                          vaidades e ânsias
                                         
                                          despojo
                                          tranças de mandrágoras
                                          destruo
                                          crisálidas
                                                       sobre feridas abertas
                                          reservo
                                          unicórnios e harpas
                                          toada de anjos divinos
                                          folhas de salva e menta
                                          trajes fétidos
                                          o futuro narra o passado no presente
                                          de imolação
                                          por tanta luz
                                          por tanto
 
 
                                me busca
me atropella
me empuja
me tira
me sostiene
me enlaza
me esquiva
ni siquiera me habla
grita
me enfrenta
y se humilla
basta dice
basta de enfermedad
me cura
me renueva
pero no me abandona
me busca me alcança
me atropela
me empurra
me tira
me sustenta
me enlaça
me esquiva
não fala
grita
me enfrenta
e se humilha
basta dizer
basta de enfermidade
me cura
me renova
porém não me abandona
                            Tradução de Cláudio Portella. Poemas del  libro Vigías en la noche (1ª ed. - Buenos Aires:   Último Reino, 2007.)
2 comentários:
Mis saludos Cláudio y graciaspor enviarme la publicación de estos sentidos textos de una gran poeta. Felicitaciones a ti por tan buen trabajo.
Un abrazo desde Venezuela.
Te escribo
Olá Cláudio,
Adoro poesias em espanhol!! Sua tradução ficou na medida certa, porque manteve a mensagem da poetisa intacta. E por falar na poetisa argentina... Eu gostei de seu estilo de certa forma romântico e despojado.
Beijos.
Postar um comentário